Assis Reis, um arquiteto.
12 de junho de 2011
28 de abril de 2011
Tango eterno
O desenhista parnaibano Fernando Pires de Castro fez este desenho em homenagem a Assis, retratando ele com sua esposa, Celeste, dançando tango no céu.
"Antes de se tornar excelente topógrafo e arquiteto, Assis Reis gabava-se de ter sido exímio dançarino de tango, além de campeão de sinuca, praticada exaustivamente no antigo “Café Globo”, de propriedade de seu pai. Ainda hoje o salão existe, anexo ao “Bar Parnaíba”, ao lado da Igreja do Rosário, na praça Landri Sales." (Texto extraído do site ProParnaíba / Fonte: Regis de Athayde Couto)
Caso tenha interesse em fazer uma homenagem a Assis ou deixar algumas belas palavras registradas aqui no blog, envie um e-mail para assisreis1@gmail.com.
27 de abril de 2011
Assis, para sempre
Ontem muitos amigos, parentes e ex-colegas estiveram presentes na missa de 7º dia de Assis Reis. Todos demonstraram muito carinho pela família e admiração pelo arquiteto. Saibam que somos muito gratos por todo o apoio que nos têm dado.
Suas filhas prepararam um belo texto que foi lido pela - também arquiteta - Márcia e que publicamos a seguir junto com uma das fotos que foram distribuídas na missa.
"Nesses últimos dias de grande dor, fomos confortados pelas inúmeras mensagens de carinhos dos amigos, colegas, ex-alunos e parceiros de Assis. As palavras foram importantes por mostrar o quanto ele foi marcante na vida de tantas pessoas e de que forma ele participou e participa da vida delas, sempre de uma forma especial e positiva, sendo lembrado através de sua alegria e bom humor. Como muitos disseram, Assis não se foi nem nunca irá, pois ele está presente em cada um nós de uma forma verdadeira e única. Mas quero agora falar dele de uma forma que talvez poucos conheçam o Assis: como pai.
Meu pai foi sempre uma pessoa positiva e nos impulsionou para a vida, entendendo que fazíamos parte do mundo e não lhe pertencíamos. Sempre acreditou e apostou nas nossas novas ideias, mesmo quando eu quis viajar aos 13 anos de idade para estudar em Londres, e para o seu consentimento a única pergunta que me fez foi: “Filha, isso te fará feliz?”
Ou quando aos 16 anos ganhei o meu primeiro carro, um Fiat vermelho e era a única garota da escola a ter um, afinal, com essa idade nem carteira de habilitação poderíamos ter. Ou aos 19 anos quando resolvi viajar com um grupo de amigos, de carona pela América do sul, durante dois meses. Assis via além do que os pais ditos “normais” viam. Eu compreendia que ele queria que ganhássemos o mundo e nos desenvolvêssemos como pessoa, assim como ele fez ao deixar sua família na Parnaíba aos 16 anos e vir sozinho para Salvador estudar e começar sua vida profissional.
Quando crianças, era difícil para nós, filhas, entendermos sua personalidade devido ao pouco amadurecimento que tínhamos. Foi difícil nos acostumarmos a vê-lo somente poucas horas no dia ou não vê-lo por dias, já que seu relógio biológico funcionava bem diferente do nosso; ou aceitar que não conseguiríamos levá-lo para determinados programas dos quais ele não gostava; ou nos habituarmos a vê-lo chegar às nossas festas de aniversário de fininho para não ser visto pelas outras pessoas.
Sua rotina pela manhã era como um ritual... O seu banho se estendia por quase toda a manhã entre exercícios, olhadas no espelho para averiguar sua linda cabeleira, penteando-a quantas vezes fossem necessárias, e antes de ir para o escritório se fartava no café da manhã, talvez sua melhor refeição do dia. Por isso, no início das nossas vidas na escola, as únicas advertências nos boletins eram por chegarmos sempre atrasadas... Os professores não tinham noção do pai que tínhamos... Embora o seu relógio de pulso sempre fosse adiantado uma hora, sua pontualidade nunca era Britânica, afinal, como ele mesmo dizia, ele “morava nos trópicos”. Lembro-me que o meu casamento atrasou em uma hora e, desta vez, não foi por causa da noiva, mas sim o pai da noiva, atrasado, sem motivo aparente. Porém, a sua presença, o carinho e o olhar amoroso para nós, filhas, diluíam todos esses aborrecimentos... nada se igualava à qualidade desse encontro.
Temos lembranças de várias noites assistindo ao seu show de mágica e nossos amigos vizinhos se amontoando na sala para desfrutar conosco desse momento. Primeiro víamos o dedo polegar se dividir ao meio, depois na sala surgia uma escada imaginária em que ele desaparecia descendo para a casa de baixo e quando cortava a mesa com sua tesoura de dedos que fazia um barulho infernal! Quantas moedas ou bombons foram tirados dos cabelos de todos?!? Como era incrível o seu mundo encantado que ele dividia conosco.
Outra lembrança marcante em nossa infância foi o tempo que passávamos debruçadas em sua prancheta, desenhando com suas dezenas de lápis de cor. Na época estávamos convictas que éramos arquitetas e no futuro esta mesma situação se repetia com nossos filhos.
Enfim... foram tantas coisas que acabaram nos fazendo entender que existem várias formas de amor e ele tinha seu próprio jeito de amar. E amor, esse nunca, NUNCA MESMO nos faltou.
Recentemente, num dos momentos em que não se sentia bem e pediu a mim e Lorena para ficarmos com ele conversando e dessa forma aliviar sua dor, ele nos perguntou: “Filhas, algo lhes faltou na vida?” E quando respondemos que não, ele disse: “Formidável! Fico muito feliz em saber”.
Pai, queremos reafirmar agora, publicamente, que nada nos faltou, pois tudo aquilo que mais precisamos para ser feliz e nos desenvolvermos como pessoas nós tivemos: O SEU AMOR, sempre incondicional, sempre de total doação, sempre nos querendo o melhor, sempre, sempre e sempre. Compreendemos que você não foi o NOSSO pai e sim o pai de muitos, daqueles com quem você dividia o seu saber e realizou sempre essa tarefa com muito amor. Aprendemos, então, a compartilhá-lo.
Muitas vezes me perguntei se merecia fazer parte da sua vida, pois me custou a entender que precisava estar ao seu lado até o último minuto, e assim o fiz.
Não quero me prolongar, pois seria capaz de falar de você por toda a noite, mas quero apenas registrar, como muitos já disseram: você não se foi nem nunca irá, pois você está dentro de mim de formas diversas e complementares, como pai e como profissional, e espero tê-lo sempre como a minha referência de vida.
Te amamos, pai!"
Lorena e Márcia Reis.
26 de abril de 2011.
25 de abril de 2011
Missa 7º dia
Márcia, Lorena, José Carlos, José Pithon, Adriana, André, Júlia, Pedro e Maria convidam amigos e familiares para a missa pelo 7º dia do falecimento do querido pai, sogro e avô, Assis Reis.
Data: 26/04/11 (terça-feira)
Horário: 18h
Local: Igreja da Vitória (Salvador, Bahia)
Data: 26/04/11 (terça-feira)
Horário: 18h
Local: Igreja da Vitória (Salvador, Bahia)
- Celeste e Assis dançando tango - Desenho feito pela neta, Maria. |
20 de abril de 2011
Adeus, Assis...
É com muito pesar que informamos que o querido arquiteto sergipano, temporariamente piauiense e naturalizado baiano, Francisco de Assis Couto dos Reis, faleceu nesta quarta-feira, 20/04/2011, em Salvador, ao lado da família e amigos.
Assis Reis era conhecido como um exímio dançarino de tango e campeão de sinuca, além de ser reconhecido mundialmente por seus projetos arquitetônicos e sua ousadia criativa. Hoje, não nos despediremos de Assis, mas abraçaremos seu legado e o imortalizaremos através de suas obras.
Como disse Guimarães Rosa e repetia sempre Assis: “O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas.”
A partir de hoje, Assis Reis ficará para sempre encantado em seus projetos, nas estórias que contava, nos discursos proferidos e em nossas lembranças.
Ao nosso querido artista, um muito obrigado.
16 de dezembro de 2010
Novidade!
Hoje o Blog traz uma notícia chocante. Ok, chocante não, mas, no mínimo, inusitada: depois de 84 anos de vida e 51 de carreira, após a criação do "Drops", da Chesf, de praças, edifícios residenciais e dezenas de projetos reconhecidos na esfera local e global, eis que Assis nos surpreende uma vez mais.
Como uma imagem vale mais do que mil palavras, aí vão algumas fotos para registrar este momento marcante:
Assis Reis usa pela primeira vez um computador |
Assis digita o novo texto que escreveu para o Blog |
Depois de finalizado o trabalho, o arquiteto revisa o texto |
Fotos tiradas por Adriana Soares e Márcia Reis, em 24/11/10.
6 de dezembro de 2010
Resposta a Lúcia
Querida Lúcia,
Bastante pertinente sua leitura nos intervalos das revisitas a Salvador, quando diz que "a parte histórica da cidade foi ofuscada pelos grandes edifícios", sentimo-nos incluídos nesta inteligente e sensível constatação.
Na realidade, a cidade não é adensada como produto de planos setoriais, mas pela voraz e acelerada verticalização da cidade, pela especulação imobiliária que vai erodindo os valores geomorfológicos, históricos e culturais superados pela palavra "progresso". Mas progresso de quem?
Obrigado, Lúcia, minha sobrinha suíça adotada.
Bastante pertinente sua leitura nos intervalos das revisitas a Salvador, quando diz que "a parte histórica da cidade foi ofuscada pelos grandes edifícios", sentimo-nos incluídos nesta inteligente e sensível constatação.
Na realidade, a cidade não é adensada como produto de planos setoriais, mas pela voraz e acelerada verticalização da cidade, pela especulação imobiliária que vai erodindo os valores geomorfológicos, históricos e culturais superados pela palavra "progresso". Mas progresso de quem?
Obrigado, Lúcia, minha sobrinha suíça adotada.
2 de dezembro de 2010
Das Mangueiras ao Itaigara
Congênere do Solar das Mangueiras, a planta do pavimento tipo é mais apurada e contém os mesmos princípios estruturais daquele projeto. Construído no bairro litorâneo da Pituba, o Solar Itaigara também é constituído de duas torres, agora articuladas no alto por avarandados.
Detalhe da fachada: torres articuladas |
Na época morava em Salvador o pintor de descendência italiana, Pancetti, meu conhecido, autor das maravilhosas pinturas do nosso litoral baiano, hoje pertencente ao acervo da família Mariani que publicou em álbum aquelas originais marinhas. O Solar Itaigara no litoral e o pintor Pancetti com suas marinhas causaram a imediata eleição das tonalidades em cada pavimento das torres do edifício, até hoje sem apelido. Quem sabe talvez, pela delicadeza das nuances das cores das fachadas.
Nuances de azul inspiradas nas obras de Pancetti |
Será, colega Shisha, que completei as informações desejadas?
30 de novembro de 2010
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